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Dicas do desafio #MyPTArticleOfTheMonth – como ler uma diretriz de prática clínica

Diretrizes de prática clínica são úteis para clínicos, pois resumem a melhor evidência disponível a respeito de uma condição de saúde. Um aspecto chave que distingue diretrizes baseadas em evidências é que, nestas, as recomendações são baseadas em sínteses de pesquisa clínica. Diretrizes de prática clínica baseadas em evidências são definidas como “recomendações que visam a otimizar o tratamento do paciente, são informadas por revisões sistemáticas e avaliadas do ponto de vista dos riscos e benefícios em relação a outras alternativas de tratamento”. (Greenfield S et al (2011). Clinical Practice Guidelines We Can Trust. Washington, DC: Institute of Medicine).

Uma fonte de confusão para clínicos envolve a existência de diversas diretrizes criadas por diferentes organizações para o tratamento de uma mesma condição. É necessário que as diretrizes sejam cuidadosamente elaboradas. Ao avaliar diretrizes de prática clínica, é importante observar a lista de autores. A lista de autores contempla um olhar multidisciplinar e representativo de organizações profissionais, acadêmicos, clínicos, gestores de saúde e pacientes? Os autores representam a totalidade de profissionais da saúde envolvidos no tratamento da condição de saúde de interesse?

Conflitos de interesse entre os autores das diretrizes podem introduzir viés ao processo de desenvolvimento da diretriz. Exemplos incluem membros do comitê de autores que são pagos por empresas, ou quando a diretriz é predominantemente produzida por uma profissão específica que tende a se beneficiar com a demanda gerada pelas recomendações da diretriz. Para minimizar estes conflitos, diretrizes de prática clínica deveriam ser produzidas por um painel de experts com mínimo conflito de interesse e que, na presença de conflitos de interesse, que estes sejam transparentemente declarados. A presença de conflito de interesse é um item avaliado pela escala de avaliação de qualidade de diretrizes de prática clínica AGREE II.

A escala Appraisal of Guidelines for REsearch & Evaluation (AGREE) é um instrumento desenvolvido para auxiliar clínicos na avaliação do rigor metodológico de diretrizes. A segunda versão da escala AGREE, AGREE II, é a atualmente a versão mais atual. A escala AGREE II possui 23 itens e inclui items e domínios tais como escopo e propósito da diretriz; envolvimento das principais partes interessadas, rigor do desenvolvimento, claridade da apresentação, aplicabilidade e independência editorial.

Duas referências podem auxiliar fisioterapeutas a encontrar diretrizes de prática clínica baseadas em evidências:

  1. O Physiotherapy Evidence Database (PEDro). Em junho de 2019, o PEDro indexou 679 diretrizes, incluindo links para a diretriz complete e documentos suplementares.
  2. A Collection of Clinical Practice Guidelines from 2010 to 2019” produzida pelo Journal of Physiotherapy. Em 27 de abril de 2019, esta compilação possuia 63 diretrizes de prática clínica, incluindo versões resumidas e completas das diretrizes.

Philip van der Wees fez uma excelente apresentação sobre diretrizes de prática clínica intitulada “How to use evidence in the context of individual patients” na sessão “Application of evidence” (FS-10), no World Confederation for Physical Therapy Congress, em Genebra na Suiça em maio de 2019.

Sua habilidade em ler resultados de diretriz de prática clínica vai melhorar quanto mais você praticar. Comprometa-se em ler ao menos um artigo por mês e compartilhe com a comunidade mundial de fisioterapeutas utilizando a hashtag #MyPTArticleOfTheMonth.

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