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Dicas do desafio #MyPTArticleOfTheMonth – Intervalos de confiança 95% agora devidamente explicados

O objetivo de um estudo controlado aleatorizado ou de uma revisão sistemática de estudos controlados aleatorizado é determinar o tamanho do efeito de um determinado tratamento (ou a diferença no resultado dos tratamentos que estão sendo comparados). A diferença média no resultado entre os grupos de tratamento é chamada de estimativa pontual. A estimativa pontual é a nossa melhor aposta sobre o verdadeiro efeito de um determinado tratamento.

Porém, a estimativa pontual vem acompanhada de alguma incerteza, e essa incerteza pode ser quantificada utilizando o que chamamos de intervalos de confiança. No centro do intervalo de confiança está a estimativa pontual, e nos espaços de ambos os lados da estimativa pontual está a extensão da incerteza. Os intervalos de confiança sempre têm um valor de limite inferior e um valor de limite superior, o que indica que o verdadeiro efeito pode estar em algum lugar dentro desse intervalo de valores, e portanto, a largura do intervalo de confiança representa a precisão da estimativa do efeito do tratamento. Se o intervalo de confiança é estreito, o tamanho do efeito do tratamento é conhecido com maior precisão. Diferentes níveis de intervalos de confiança podem ser calculados (por exemplo, 95% e 99%), mas o tipo mais comum é o intervalo de confiança de 95%.

A interpretação dos intervalos de confiança será explicada aqui com base em um estudo hipotético que encontrou uma diferença média de 2 pontos em uma escala de 0 a 10 pontos de dor entre o tratamento A e o tratamento B (controle) com um intervalo de confiança de 95% variando de 1 a 3 pontos. Ou seja, no final do estudo, os pacientes que receberam o tratamento A tiveram 2 pontos menos dor, em média, em comparação com os pacientes que receberam o tratamento B. Em uma interpretação simples do intervalo de confiança pode-se dizer que se o mesmo ensaio clínico fosse repetido 100 vezes, em 95 das repetições, a estimativa pontual estaria entre 1 e 3 pontos. Alternativamente, podemos dizer que estamos 95% confiantes de que o verdadeiro efeito da intervenção A está entre 1 e 3 pontos.

O valor da estimativa pontual e seu respectivo intervalo de confiança fornecem aos fisioterapeutas que leem ensaios clínicos (e revisões sistemáticas) informações mais ricas do que apenas relatar o valor de probabilidade (ou valor p) produzido por testes estatísticos. Os valores de p indicam apenas se a diferença observada entre as intervenções é estatisticamente significativa (ou seja, p <0,05) ou não (ou seja, p> 0,05). Estimativas pontuais e intervalos de confiança indicam a magnitude e a precisão do efeito da intervenção testada. Além disso, o intervalo de confiança também indica os resultados dos testes estatísticos – ou seja, se o intervalo de confiança de 95% incluir o “zero” (sem efeito), quer dizer que não há diferença estatisticamente significante entre os grupos (ou seja, p> 0,05).

A boa notícia para os fisioterapeutas é que o uso de intervalos de confiança em ensaios clínicos está aumentando constantemente ao longo do tempo. Em 2016, 42% dos ensaios clínicos em fisioterapia relataram intervalos de confiança.

Sua habilidade em ler resultados de artigos científicos vai melhorar quanto mais você praticar. Comprometa-se em ler ao menos um artigo por mês e compartilhe com a comunidade mundial de fisioterapeutas utilizando a hashtag #MyPTArticleOfTheMonth.

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